quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
NOVO TELEFONE DO MOVIMENTO PARA CONTATO
Por motivo de perca do telefone estou publicando os novos números que são: (11) 968895863 Oi o Tim é (11) 949290974. ABRAÇO A TODOS.
BICICLOTECA NO YAHOO
Ascese este lingue e veja o trabalho da bicicloteca e como começou.
http://br.noticias.yahoo.com/persona--de-morador-de-rua-incentivador-da-cultura-in%C3%ADcio-da-bicicloteca-165638972.html
http://br.noticias.yahoo.com/persona--de-morador-de-rua-incentivador-da-cultura-in%C3%ADcio-da-bicicloteca-165638972.html
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Leia reportagem da Folha de São Paulo sobre a Bicicloteca

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Destituído de qualquer pertence, passou a perambular pelo centro da cidade e a dormir na praça da Sé. Desorientado, não conseguiu mais contato com a família. "Tentei entrar na Câmara [Municipal de São Paulo] para dar um telefonema, mas fui proibido por ser morador de rua."

Ao tomar conhecimento do acidente, que interrompeu o sonho de sua mulher de conhecer a cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, entrou em depressão. Para fugir da "loucura total" e da droga e em busca de alguma dignidade para os moradores de rua, que via serem tratados "como bichos", conta que se apegou à leitura.

Marcou-o especialmente o livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, que encontrou em uma minibiblioteca de um albergue no Brás. O título da obra chamou a sua atenção. "Comecei a pensar que, se os animais são capazes de mudar suas vidas, por que nós, que somos animais racionais, não podemos mudar?".

A comunhão com as letras se dava principalmente na biblioteca Mário de Andrade, na região central. Assíduo frequentador da instituição e sabido por seu caráter engajado -a essa altura, já tomava parte de ações de inclusão social da Agenda 21-, foi convidado para plantar uma árvore nos jardins do lugar.
BIBLIOTECA ITINERANTE

Robson comentou com Paiva que, se pudesse, levaria livros pelas ruas para que as pessoas com acesso restrito a eles também pudessem descobrir novas motivações através das páginas - e sem sofrer preconceito. "Na biblioteca Mário de Andrade, as pessoas mudavam de mesa quando eu me sentava", recorda.
Se pudesse, disse a Paiva, carregaria os volumes em um carrinho de mão e os distribuiria para os habitantes das ruas. Paiva, um voraz fabricante de ideias -não é à toa que, por muitos anos, foi um conceituado profissional do mercado publicitário-, concluiu que a mensagem estava ali, mas o meio -de transporte, no caso- poderia ser aprimorado. Nasceu então o projeto da bicicloteca.
A partir do conceito de biblioteca itinerante, foi desenhado e construído um triciclo com um baú acoplado, com capacidade para 300 volumes. O objetivo era emprestá-los a qualquer pessoa -e não só a quem vivesse nas ruas- que se interessasse em lê-los, sem burocracia e sem que precisassem ser devolvidos. Robson seria o condutor do veículo e do projeto.
Depois de circular por três meses, a primeira bicicloteca foi roubada por um viciado em crack. Robson vivia assim outra grande dor, mas, dessa vez, havia muito o que fazer. Ele passou uma noite em claro na busca de pistas que o levassem ao paradeiro do triciclo. A investigação foi parar nas redes sociais; um vídeo da saga, produzido por Paiva, foi visto por mais de 100 mil pessoas na internet. A mídia se interessou pelo tema, que foi assunto até na BBC e no jornal francês Le Monde.
A bicicloteca foi recuperada. O projeto atraiu empresas que financiaram um modelo elétrico, com acesso à internet e placa solar. No último ano, foram emprestados 107 mil livros, 60% deles para pessoas em situação de rua, 20% para estudantes e 20% para a população em geral.
Em um final de semana de cada mês, Robson e Lincoln organizam, com a bicicloteca, um passeio gratuito por pontos do centro de São Paulo que representam episódios significativos da história literária brasileira. Integram o itinerário, por exemplo, o local em que nasceu Álvares de Azevedo, a biblioteca onde Euclides da Cunha fez a primeira leitura de "Os Sertões" e um prédio em que morou Monteiro Lobato.
Há quatro anos Robson mora em uma pensão. Luta por sua causa e contra um câncer que levou boa parte de um de seus pulmões. Seu trabalho de disseminar a cultura é patrocinado por um escritório de advocacia. E, não por acaso, diz que hoje é chamado pela polícia de "advogado dos mendigos".
"Eu procurei estudar e aprendi muitas leis, a lei do morador de rua, seus direitos constitucionais. Isso me ajudou a entender o ser humano que está na rua, tanto que, quando prendi o cara que me roubou a primeira bicicloteca, disse ao delegado que não o mandasse para um presídio, mas que o internasse para tratamento contra o vício em droga."
Em defesa da ideia de que morador de rua não é bicho, Robson fez sua própria revolução -uma espécie de vitrine para que outras vidas enxerguem novas chances de dizimar suas dores. - EDSON VALENTE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
01/11/2012-06h55
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